Quando ouvi essa frase pelo primeira vez lembro-me da minha reacção, foi a de resistir, pois talvez o que eu via nos outros não era de todo algo que eu quisesse ver em mim. Mas foi um despertar, de começar a observar com mais curiosidade e sem crítica interna, ou seja, sem me sentir culpada de fazer tais julgamentos, pois em cada “defeito” que eu observava no outro, conseguia ver a minha projecção interna e isso abriu caminho para ir cuidando “devagarinho” de cada aspecto, que no fundo só precisava da minha atenção, compaixão e nutrição.
A prática do Yoga ajuda neste processo de criar espaço para nutrir o nosso EU mais intimo, luminoso e sombrio, a trabalhar o amor-próprio, a estimular o auto-cuidado, a despertar a confiança interior, e isso reflecte-se nas diferentes relações que estabelecemos ao longo da nossa vida, pessoais, românticas, profissionais, etc, e por sua vez, essas relações nutrem a nossa relação connosco mesmos. É super poderoso ter este entendimento, tem o potencial de mudar a vida de forma substancial, não significando isso que quebrar completamente com tudo o que existe a dado momento, ou talvez sim, mas principalmente a forma como a visão interna observa e assimila tudo aquilo que é aparentemente exterior!
Numa aula de Yoga na praia que partilhei à uns dias, inspirada na visão expansiva e relacional do Tantra foi um recordar deste insight profundo de à tantos anos atrás, e encheu-me o coração observar as conexões que se desenvolveram nesta experiência de amor-próprio, e em exercícios tão simples, e ao mesmo tempo tão desafiantes, como olhar profundamente nos olhos de outra pessoa, repousar e confiar nas costas de outra pessoa, sincronizar a respiração, sentir o coração e o espaço energético um do outro, cooperar em harmonia e comunicação autêntica, e entrega absoluta a uma prática de auto-descoberta.
Pois:
Olhar nos olhos do outra, observas o reflexo da tua alma;
Confias no suporte do outro, também confias em ti mesmo para suportar o outro;
A sincronização da respiração, torna-te consciente da tua própria respiração;
Sentir que a vida no outro é a mesma vida que bate no teu próprio coração;
Sentir a energia do outro desperta a tua sensibilidade para te sentires mais;
Cooperar em harmonia implica estar em harmonia também com o teu centro;
E saber sempre voltar a estar no teu próprio centro, escutar o teu silêncio interior, por muito ruidoso que possa ser e expandir em autenticidade a tua essência e abraçá-la!
Com alegria, Fátima Fernandes
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