Ontem partilhei um vídeo no Instagram onde falo que uso mil e uma ferramentas, e nem enumerei todas as que conheço, e que aplico em mim e exploro nas aulas e sessões terapêuticas, e hoje dei por mim a pensar nisso e surgiu um julgamento, um daqueles típicos do síndroma do impostor, mas afinal sou especialista no quê?
Porque não quero ficar presa a este auto-julgamento e a criar histórias na minha mente e a auto-desacreditar do meu propósito e do meu trabalho, decidi desconstruir este meu próprio julgamento e partilhar contigo!
Ouvimos tanta informação nas redes sociais e de tantos diferentes autores sobre desenvolvimento pessoal, sobre a importância da especialização, e sim é muito importante saber muito bem o que estamos a fazer, mas não nos podemos esquecer da multidimensionalidade do Ser e do que é SER, e não apenas do fazer.
Olha para ti por exemplo … quantos aspectos diferentes da tua vida requerem diferentes abordagens, a assunção de diferentes papéis, e com tantas sensações, emoções, ciclos, muito dificilmente vais encontrar na especialização de apenas uma forma de lidar (técnica, terapia, etc), harmonia, clareza e paz interior para ”sobreviver” a tanta heterogeneidade na vida. Contudo, é muito importante existir um sistema “core” de valores, pois repara que independentemente de todas essas dimensões da vida, há uma constante, que não muda, que permanece firme, atenta, e observa toda esta dinâmica e dança, és TU, a tua consciência, a tua alma, se assim preferires chamar. E é aqui que precisas de respeitar o teu sistema basilar de valores (e acima de tudo a descobrir qual é o teu sistema!), o que é verdadeiramente importante para ti, o que te faz mover na vida e por entre a multidimensionalidade da vida, e dar sempre um passo seguinte.
Eu diria que para mim encontrei no Yoga esse sistema de valores basilares que me ajudou a sustentar o meu processo de cura, e não digo aqui cura no sentido esotérico e generalista, falo de cura real e literal, no sentido de me libertar de uma depressão crónica profunda com tantas outras patologias associadas durante 6 anos e que continua a suportar a minha cura diária pois todos os dias o meu corpo lembra-se dessa ferida (traumas bem acolhidos em cada célula do corpo) e o tratamento requer esta minha entrega e devoção compassiva e profunda a mim mesma.
Ao longo da minha investigação pessoal, descobri pois sim, que a vida não é linear, e repetir uma série de posturas todos os dias, alinhadas de uma determinada forma e com rigor técnico da respiração e do ásana não cumpria a sua missão de conexão comigo mesma, e atenção que no ínicio foi precisamente isso que precisei! Rigor disciplinar, quase militar!! Com a evolução/transmutação/alquimia, ou o que quer que começou a acontecer em mim, o tal despertar e conexão com o divino em mim, a compreender finalmente o que é SER HUMANO, senti que essa abordagem já não ressoava em mim (e tão importante que é reconhecer que nos transformamos e ajustar a nossa busca interna a esta compreensão!), mas sim, aquele movimento e aquela respiração despertaram em mim a vontande de conhecer mais (acerca de mim mesma, não apenas das ferramentes, que no fundo são apenas o veículo para a transformação e auto-conhecimento, colecionar técnicas e cursos sem uma real compreensão do que elas podem fazer por mim, é mero conhecimento intelectual, sabedoria é quando absorvemos delas o que precisamos em nós e para a vida em comunidade) e eu sabia que haveria muito mais para descobrir além da técnica e alinhamento, o alinhamento com o meu coração!
Então a aventura começou. O mantra, o kirtan, o poder do satsang, os vedas, tantos professores portugueses e esntrangeiros que tive o prazer de conhecer e aprender com eles, tantas visões incriveis sobre a vida, a dança ecstática, o trance dance, o shamanismo, taismo, movimento somático, contacto e improvisação, dança contemporânea, kalarypayattu, qigong, o ayurveda, a medicina chinesa, a massagem, a massagem thai yoga, o acroyoga, coaching, relações autênticas, comunicação autêntica, as mil e uma técnicas de breathwork (um universo em si mesmo, não precisas de ficar limitado ao Him Hof, ou hiperventilação, que é a primeira coisa que normalmente vem à cabeça quando se fala em breathwork ou o Nadishodana, e as poucas técnicas ensinadas numa aula de yoga “normal”), tantra tradicional (outro universo em si mesmo!), neotrantra (e outro!), de onde é possível extrair com inteligência e discernimento aquilo que nos serve a cada momento da nossa vida, que está constantemente em MOVIMENTO. Um movimento “fora da caixa”!!
Tapas é um desses valores, muito traduzido por disciplina, eu prefiro alquimizar um pouco a palavra (o poder da linguagem!) e traduzir por consistência, manter uma prática consistente, dedicada, devota, com compaixão e paixão, que nos guia gentilmente e fervor pelos diferentes processos da vida, eu preciso de amar-me e amar o que faço, encontrar este alinhamento é para mim fundamental para conquistar o meu bem-estar, isto é o que eu posso controlar, não esquecendo que tanto lá fora, está completamente fora do meu domínio. Por isso a transformação deve começar sempre “cá dentro”!
O Yoga portanto é a base a partir da qual as outras disciplinas se mergem harmoniosamente para construir a minha prática e aquela que te ofereço, no tapete e fora do tapete.
O Movimento é por isso para mim, o fulcro entre todas estas abordagens, o ponto de partida e o ponto de chegada, reconhecer o movimento da vida, o movimento em mim, e como posso através do movimento, infundido pelos valores core, neste caso, o Yoga, resgatar, o meu poder pessoal, expandir a minha energia vital, curar-me, estar presente para mim, por mim, para que a transformação aconteça!
"Olá, eu sou a Fátima, facilitadora de desenvolvimento pessoal com base em movimento consciente aliado à respiração, em práticas de encorporamento, retornando ao corpo, desenvolvendo a sensibilidade, consciencia corporal, emocional, energética e mental, partindo de uma base de enraizamento e conexão para permitir criar um espaço seguro e consistente de expansão, em alinhamento com a minha verdade."
Resumindo, sou professora de yoga, meditação e breathwork!
Bem-vindos a casa!
Com alegria,
Fátima Fernandes
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