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Tapas, União & Yoga

Tapas é um dos valores do Yoga, de acordo com os Yoga Sutras de Patanjali, muito traduzido por disciplina, eu prefiro alquimizar um pouco a palavra (o poder da linguagem!) e traduzir por consistência, manter uma prática consistente, dedicada, devota, com compaixão e paixão, que nos guia gentilmente e fervor pelos diferentes processos da vida, todos eles sagrados, como nos ensina o Tantra.

Nesta prática da consistência, o corpo vai guardando memórias, o néctar das diferentes práticas, dos diferentes encontros com a alma. Cada vez que pisas o tapete para a tua sessão de yoga, saltas e voas na pista de dança (aconselho Ecstatic Dance, Trance Dance ou uqalquer modalidade de dança ou movimento consciente, longe de ambientes tóxicos), que caminhas na areia ou pisas a terra húmida e fofa da floresta, o teu corpo vai reter a nível celular o impacto dessas acções, a um nível muito subtil. E começas a perceber que algo de diferente acontece na próxima vez que te entregas à tua prática. Mesmo que a nível mental sintas que não te apetece e tantas outras vezes a preguiça, inércia ou qualquer sensação de dor física ou emocional se apoderam de ti, dá esse salto de fé e faz a tua prática… o que sentes a seguir?

Reflecte!

Na maior parte das vezes é como se renascesses por dentro e foi tão compensador! E na próxima, algo de diferente volta a estar presente, sentas no tapete e é como se instantaneamente o sistema nervoso se regulasse, de repente sentes a respiração na barriga, sentes arrepios na pele, a garganta suaviza, a aceleração mental abranda, e mesmo que os pensamentos estejam presentes já não tem o impacto avassalador que teriam fora daquele momento, as emoções fluem, e tu não te apegas a elas, os sentidos ficam mais apurados, tudo é sentido com uma qualidade de subtileza e beleza, mesmo aquela tensão terrível que assola a tua lombar. Aqui a transformação acontece através desta entrega, uma vez, outra vez e mais outra vez! Não desista de TI! Não há fórmulas tipo fast food, e nem o adormecimento proporcionado por tantas ferramentas externas (e infelizmente muito tóxicas) te vão ajudar a alcançar este estado de sobriedade e empoderamento! Aprende que tens em ti os recursos necessários para te auto-regulares! Com entrega e consistência!

O nível de consistência vai depender de ti, não acredito aqui em fórmulas, nem na máxima de praticar yoga todos os dias, e nem em apenas 5 minutos por dia, ou nos desafios de 21 dias. Escuta o teu corpo e o coração! Repara que eu não digo para escutares a mente, ela vai contar-te uma série de histórias, a verdade está no corpo e no coração! É uma prática de escuta activa!

Posso partilhar da minha experiência. Comecei em 2004 a practicar yoga, como prática preescrita pela minha psicoterapeuta na altura, a quem estou imensamente grata, Drª. Ana Barradas, que me acompanhou durante 6 anos. Detestei!! Sentia-me horrível, super deslocada daquele ambiente, tudo me custava horrores, não tinha força, qualquer mobilidade, tinha imensa vergonha do meu corpo, a mente parecia que ia explodir a qualquer momento, no relaxamento embebia a almofada nos olhos de lágrimas, e muitas das vezes inventava uma desculpa para sair antes do relaxamento (Obrigada Catarina Ordaz por teres tão preciosamente aberto um espaço seguro para eu simplesmente SER!)…a nível mental e intelectual eu gritava comigo própria e dizia-me “PÁRA, Não voltas a colocar lá os pés! É só gente doida, é só tretas, só te faz sentir ainda mais o sofrimento!”, mas eu fui outra vez, e outra vez, e mais uma vez, até hoje. E hoje eu sei o que me fez continuar, eu lembro-me de sentir o meu corpo a me guiar para fora de casa em direcção ao estúdio, a mente gritava, mas deixei-me seguir o corpo de forma inconsciente. Era o meu corpo em modo instintivo, ele sabia o que era o melhor para mim, ele estava a dizer-me que aquilo era a minha cura! E foi e é!

É aquela energia vital que todos temos em nós, há quem chame de energia Kundalini, não sei ao certo, mas sei que foi o meu instinto mais visceral de sobrevivência que me fez caminhar em frente, a cada prática o corpo foi acolhendo o impacto, o néctar, a vitalidade que cada vez que pisei no tapete despertou em mim. Foi um salto de fé! E durante muitos anos isto aconteceu quase em piloto automático, eu só sabia que tinha que ir! Em 2010 finalmente tive a compreensão que a minha vida e sustentabilidade passaria por continuar neste caminho, e aí comecei a estudar, em 2012 fiz a minha primeira formação e milhares de horas de prática pessoal e formações depois, sinto autoridade em dizer-te, segue o teu corpo, segue o teu coração, em UNIÃO, não desista de TI! Pisa o tapete, descobre a melhor forma de te conectares contigo mesmo, dá um salto de fé e a transformação vai acontecer!

E não, não pratico todos os dias, e nem acordo de madrugada para saudar o Sol! Encontrei o meu ritmo pessoal e dedico-me a ele com devoção e respeito àquilo que preciso a cada momento, sem dogmas, crenças, pré-conceitos, apego ou aversão. E nem sempre é fácil! À vezes que dou por mim a desperdiçar  minutos da minha energia a fazer scroll no instagram, e outras a matutar neste ou naquele pensamento e a criar as histórias mais criativas na minha mente…

sombra e luz no yoga e na vida

Ir ao encontro do que é essencial

Em suma, eu preciso amar-me e amar o que faço, encontrar este alinhamento com consistência é para mim fundamental para conquistar bem-estar, isto é o que eu posso controlar, não esquecendo que tanto lá fora, está completamente fora do meu domínio. Por isso a transformação deve começar sempre “cá dentro”, a partir de um entendimento profundo da minha realidade, do meu corpo, da minha mente, do meu coração, da minha alma, da minha energia, e não se trata de transcender todos este aspectos (imagina só o desperdício dessa energia criativa!) , mas sim de os vivenciar em pleno, com tudo o que está presente, luz & sombra, prazer & dor, amor & aversão, feminino & masculino, shiva & shakti, numa união perfeita, numa construção criativa, empoderada e livre da tua própria VIDA. Um entendimento da dualidade, sim, ela existe e é muito real, para entender e mergulhar  com graciosidade na UNIÃO, esta sim uma união como um acto de amor, balanceando harmoniosamente todas estas dimensões que nos representam, sem apego ou aversão! Como diria o Sebastian Valensi, “Não aceites tudo o que eu digo, não rejeites tudo o que eu digo, Contempla! e o Ricardo Viegas “ O que tiver condições para acontecer vai acontecer!”. (Ambos grandes professores que tanto me ensinam todos os dias.)

O Yoga no sentido de ser uma visão que me permite resgatar esse sentido de UNIÃO é portanto, para mim, a base a partir da qual diferentes disciplinas do corpo e da alma se mergem harmoniosamente para construir a minha prática e aquela que te ofereço, no tapete e fora do tapete.

Celebra cada novo momento, cada novo ciclo, cada novo amanhecer, cada nova oportunidade que a vida te oferece, não se trata de apenas de sobreviver, mas de prosperar e florescer.

Bem-vindos a casa!

Com ALEGRIA,

Fátima Fernandes

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Fátima Fernandes

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